No Natal se celebra Jesus ou o Papai Noel? O foco é a Conversão ou o consumismo?

No Natal se celebra Jesus ou o Papai Noel? O foco é a Conversão ou o consumismo?

7 de dezembro de 2025 0 Por Antônio Garcia

No Natal se celebra Jesus ou o Papai Noel? O foco é a conversão ou o consumismo? Neste artigo faremos justiça ao verdadeiro aniversariante, que diga-se de passagem, está esquecido.

À medida que dezembro se aproxima, surge inevitavelmente uma pergunta que atravessa gerações: quem é, afinal, o verdadeiro protagonista do Natal: Jesus ou o Papai Noel?

Por trás das luzes coloridas, das vitrines decoradas e da corrida por presentes, existe uma reflexão profunda que merece espaço: estamos celebrando a conversão ou alimentando o consumismo?

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A origem do Papai Noel: entre um santo generoso e um símbolo comercial

Para entender essa discussão, é importante recordar que o personagem Papai Noel nasceu inspirado em um homem real: São Nicolau, bispo de Mira, na Ásia Menor, no século IV.

Reconhecido por sua generosidade, especialmente para com as crianças pobres, ele se tornou símbolo de bondade e caridade. Seu gesto de doar discretamente marcou a história cristã e inspirou um imaginário devocional que atravessou séculos.

Contudo, com o passar do tempo, o santo deu lugar ao mito, e esse mito acabou substituindo o próprio Cristo no imaginário popular.

O que começou como expressão de amor transformou-se em ferramenta de venda. O Papai Noel moderno, com suas roupas vermelhas e seu eterno saco de presentes, deixou de simbolizar caridade para se tornar garoto-propaganda do comércio, incentivando o consumo desenfreado, especialmente entre aqueles que têm acesso ao dinheiro.

Enquanto São Nicolau doava, o Papai Noel atual vende. Enquanto o bispo de Mira visitava os pobres, o mito contemporâneo raramente os alcança. A figura carismática que deveria expressar generosidade agora impulsiona lucros e campanhas publicitárias.

A mudança de foco: quando o mito ocupa o lugar do sagrado

Com essa transformação, o Natal acabou se desfigurando. A celebração do nascimento de Cristo — Deus que se faz homem, o rico que se faz pobre, o Senhor que se faz servo, foi, aos poucos, substituída por uma festa centrada em compras, banquetes e ostentação.

O Papai Noel, nesse contexto, tornou-se uma caricatura do verdadeiro espírito natalino, distorcendo aquilo que originalmente deveria ser tempo de fé, esperança e acolhida. O Natal foi paganizado e secularizado, trocando o sentido da salvação por mercadorias brilhantes.

Sem Jesus, o Natal vira apenas:

  • um evento gastronômico,
  • uma festa pagã,
  • um espetáculo de mercantilismo vazio.

A necessidade de devolver o Natal ao seu verdadeiro dono

Diante desse cenário, surge o chamado para recristianizar o Natal. Isso não significa abolir elementos culturais ou negar tradições, mas recolocar Jesus no centro, devolvendo a Ele aquilo que Lhe pertence por essência.

O Natal é, antes de tudo, a celebração da encarnação, a visita de Deus ao mundo, a oferta de salvação para todos — pobres e ricos, pequenos e grandes.

É preciso relembrar que:

  • Natal é boas-novas de grande alegria,
  • Natal é manifestação de amor,
  • Natal é o Deus vivo entrando na história humana,
  • Natal é a celebração do Salvador, aquele que recebeu o nome de Jesus porque “Ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21).

Por isso, o foco não pode ser o consumo, mas a conversão. O verdadeiro espírito natalino convida à reflexão, à fraternidade, à partilha e ao reencontro com a fé.

O Natal tem dono: e não é o comércio

No fim das contas, a pergunta permanece em aberto, como no início do texto:

Quem é o verdadeiro dono do Natal?

Jesus (✓)
Papai Noel ( )

A resposta é clara: Jesus é a razão, o sentido e a essência do Natal. Tudo o que foge desse núcleo é secundário.

Papai Noel, enquanto figura folclórica, pode até compor o imaginário natalino; porém, ele jamais poderá ocupar o lugar do Cristo, que nasceu numa manjedoura, viveu humildemente, morreu por amor e ressuscitou gloriosamente para oferecer à humanidade o banquete da salvação.

Que este Natal seja mais do que presentes embalados: que seja encontro com o Deus que se faz presente